Biocombustíveis perdem espaço no Brasil: quem ganha e quem perde na B3?
Olá, recentemente li um artigo publicado no portal iG Economia / ESG Insights que me chamou muita atenção: os biocombustíveis estão perdendo terreno para o petróleo e para a energia solar, mesmo com toda a expertise brasileira em biomassa. Decidi analisar como isso impacta as empresas listadas na B3 e compartilhar minha visão aqui.
O que está acontecendo? O BNDES destinou R$ 17 bilhões em empréstimos para petróleo e derivados desde 2002 (com R$ 5 bilhões só em P&D em 2025) e R$ 12,3 bilhões para energia solar, enquanto os investimentos em pesquisa de biocombustíveis despencaram de R$ 730 milhões em 2015 para apenas R$ 234 milhões em 2022.
Quem está sendo beneficiado?
Na minha análise, as empresas que mais capturam esse movimento são:
- PETR4 (Petrobras) – principal beneficiária dos subsídios ao petróleo. O novo plano estratégico prevê US$ 111 bilhões até 2029, majoritariamente no pré-sal.
- PRIO3 (PetroRio) – ganha com o aumento geral de atividade offshore e revitalização de campos maduros.
- WEGE3 (WEG) – líder nacional em inversores e equipamentos para energia solar, com crescimento médio de 130% ao ano na divisão fotovoltaica (site oficial WEG).
- EGIE3 (Engie Brasil), ALUP11 (Alupar) e outras elétricas com forte exposição a projetos solares e eólicos.
Quem está sendo prejudicado?
Do outro lado da balança, as empresas mais expostas ao etanol e ao biodiesel sofrem com a falta de incentivos e planejamento:
- RAIZ4 (Raízen) – maior produtora mundial de etanol de cana, enfrenta insegurança regulatória e queda de margens.
- CSAN3 (Cosan) – controladora da Raízen, sente o impacto indireto.
- SMTO3 (São Martinho) e outras usinas tradicionais de cana-de-açúcar.
Tabela rápida de impacto (minha visão atual – nov/2025)
| Ticker | Empresa | Impacto | Setor principal |
|---|---|---|---|
| PETR4 | Petrobras | +++ | Petróleo |
| WEGE3 | WEG | +++ | Equipamentos solares |
| PRIO3 | PetroRio | ++ | Petróleo offshore |
| EGIE3 | Engie Brasil | ++ | Renováveis |
| RAIZ4 | Raízen | -- | Biocombustíveis |
| CSAN3 | Cosan | -- | Biocombustíveis |
Conclusão
No curto e médio prazo, o dinheiro público está fluindo com força para petróleo e energia solar, beneficiando diretamente PETR4, WEGE3 e outras empresas de equipamentos e geração renovável. Enquanto isso, o setor de biocombustíveis — apesar de toda a vantagem comparativa brasileira — segue sem o apoio necessário e perde competitividade. Para quem investe na B3, esse movimento cria oportunidades claras em alguns nomes e cautela em outros. A transição energética brasileira continua, mas por enquanto é uma transição “mista” e bastante pragmática.
Fonte principal do artigo que inspirou esta análise:
https://economia.ig.com.br/parceiros/esginsights/2025-11-27/biocombustiveis-perdem-espaco-para-petroleo-e-energia-solar.html

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