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| Imagem: Freepik |
Entrada na casa própria ou futuro financeiro? É possível equilibrar os dois
Recentemente, respondi a uma dúvida comum entre jovens que estão começando a organizar as finanças: vale a pena destinar todo o dinheiro disponível para a compra de um apartamento agora ou é melhor priorizar a construção de uma reserva de emergência sólida antes? Minha visão é clara: não precisamos escolher um ou outro de forma radical. É possível – e recomendável – fazer os dois ao mesmo tempo, dividindo os aportes de forma inteligente.
Agir por impulso, movido apenas pela emoção de “ter a casa própria logo”, pode trazer consequências graves no longo prazo. Vamos analisar o cenário com números reais para entender melhor.
Suponha que o apartamento desejado custe R$ 150 mil. Uma entrada razoável seria algo em torno de 50%, ou seja, R$ 75 mil. Muitos começam com uma reserva inicial de cerca de R$ 20 mil e contam com a eventual multa rescisória do emprego (geralmente em torno de R$ 10 mil, dependendo do tempo de casa e do saldo do FGTS). Isso daria R$ 30 mil – apenas 20% do valor do imóvel. Na minha opinião, ainda é pouco para se sentir seguro.
O ideal, na maioria dos casos, é priorizar primeiro uma reserva de emergência robusta, que cubra pelo menos 6 a 12 meses de despesas (conforme orientam especialistas). Eu sugeriria mirar em R$ 75 mil nessa reserva, com liquidez diária. Partindo dos R$ 20 mil iniciais (mais a eventual multa), faltariam R$ 55 mil.
Aportando R$ 2.500 por mês em aplicações seguras e com bom rendimento (como Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária), seria possível alcançar essa meta em cerca de 22 meses – sem considerar os juros compostos, que acelerariam ainda mais o processo, pois os rendimentos incidem sobre o montante já acumulado.
Depois disso, com a reserva formada, você poderia direcionar os aportes para a entrada do apartamento. E o melhor: esses R$ 75 mil aplicados de forma conservadora poderiam gerar uma renda passiva extra mensal de aproximadamente R$ 600 (considerando um rendimento médio de 0,8% ao mês, cenário possível dependendo da taxa Selic futura).
Se você ainda é jovem, esperar cerca de dois anos representa um tempo insignificante no horizonte de vida. Com paciência, disciplina e estratégia em todos os aspectos financeiros, é possível conquistar tanto a segurança imediata quanto a casa própria – sem comprometer o futuro.
Lembre-se sempre: evite decisões emocionais e planeje com racionalidade.
Conclusão
Em resumo, priorizar uma reserva de emergência sólida (idealmente equivalente a 50% do valor da entrada desejada para o imóvel) antes de focar totalmente na própria traz mais segurança, gera renda passiva extra graças aos juros compostos e evita riscos desnecessários. Com aportes mensais disciplinados, é possível alcançar esse patamar em menos de dois anos e, depois, avançar para a compra do apartamento com tranquilidade. Paciência e estratégia valem muito mais que a pressa.
Importante: Este texto reflete minha opinião pessoal baseada em experiências e cálculos hipotéticos. Não se trata de recomendação de compra, venda ou investimento em qualquer ativo ou imóvel. Consulte sempre um planejador financeiro certificado para decisões personalizadas.

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